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30/10/2025
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Sistema híbrido procura mitigar a intermitências das fontes renováveis
A Incesa Indústria de Componentes Elétricos Ltda., empresa localizada no interior de São Paulo, anunciou o início de um novo projeto previsto para 2025: o desenvolvimento de um sistema híbrido voltado ao gerenciamento e armazenamento de energia em microrredes. O projeto, considerado inédito no país, será realizado em parceria com o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e conta com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O projeto tem como foco o desenvolvimento de soluções para um dos principais desafios da transição energética: a intermitência das fontes renováveis. Com o crescimento da geração solar e eólica, a falta de sistemas eficazes de armazenamento e gerenciamento de energia tem dificultado a integração completa e a confiabilidade dessas fontes. O sistema híbrido proposto pela Incesa e pelo IFTM busca enfrentar diretamente essa questão, segundo Murilo Cervato, Head de Inovação do Grupo Condumax Incesa e Coordenador Geral do Projeto.
Alessandro Mendes, engenheiro responsável pela área de desenvolvimento de produtos da Incesa, destaca a relevância técnica do projeto. Segundo ele, a principal dificuldade associada às fontes renováveis é a intermitência. A proposta não se limita ao armazenamento de energia, mas envolve o gerenciamento preciso de seu fluxo para manter a estabilidade da rede. A tecnologia em desenvolvimento visa modular a energia, absorvendo excedentes e atendendo às demandas de forma eficiente, o que contribui para a redução de picos e para a formação de microrredes mais seguras e estáveis. Essa capacidade de controle representa um avanço significativo no processo de eletrificação. O projeto também está alinhado com iniciativas públicas voltadas à modernização e descarbonização da matriz energética nacional, como a MP1300, que estimula a pesquisa e o desenvolvimento de soluções voltadas à sustentabilidade e à resiliência do setor.
O projeto exemplifica a colaboração entre empresa, academia e governo, conhecida como modelo da “tríplice hélice”. A parceria entre a Incesa, sediada no interior de São Paulo, e o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) evidencia a integração de competências regionais voltadas à inovação. A Incesa contribui com sua experiência industrial e visão de mercado, enquanto o IFTM oferece suporte técnico e científico. A iniciativa conta ainda com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que atua como agente de fomento e viabilização. Esse modelo colaborativo contribui para o avanço da inovação e o fortalecimento do ecossistema nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
Segundo Marcelo Ponciano, reitor do IFTM, a parceria com a Incesa representa a aplicação prática do conhecimento acadêmico com impacto direto na sociedade e na indústria. Ele destaca que os pesquisadores envolvidos trazem rigor técnico por meio de modelagem, simulação e validação científica, elementos fundamentais para a confiabilidade do sistema. Além disso, o projeto oferece oportunidades para a formação de profissionais capacitados a atuar nas transformações do setor energético.
A Incesa está investindo mais de 3 milhões de reais em recursos próprios no desenvolvimento do projeto, valor superior à subvenção econômica de até 3.035.625,69 milhões de reais concedida pela Finep. Esse é o primeiro projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da empresa com apoio governamental, marcando sua entrada em iniciativas nacionais voltadas à inovação tecnológica. Sediada no interior de São Paulo, a Incesa passa a integrar um grupo de empresas que atuam em projetos de alta complexidade, ao lado de organizações multinacionais e líderes de mercado.
O projeto desenvolvido em parceria com o IFTM está inserido em um contexto nacional de crescente interesse por soluções em microrredes. Diversas instituições têm conduzido iniciativas semelhantes, muitas delas também apoiadas pela Finep, o que reforça a relevância estratégica e o potencial dessas tecnologias para o setor energético brasileiro.
O Brasil apresenta amplo potencial para a geração de energia a partir de fontes renováveis, e a capacidade de gerenciar e armazenar essa energia é essencial para o avanço da sustentabilidade energética no país. Com prazo de execução de 36 meses, o projeto propõe uma solução voltada à mitigação da intermitência das fontes renováveis e à estabilização de microrredes, contribuindo para a descarbonização e o fortalecimento da segurança energética nacional. Seu desenvolvimento está alinhado às diretrizes de políticas públicas e tem como objetivo ampliar a infraestrutura energética e promover maior autonomia, com possibilidade de aplicação em diferentes regiões do território brasileiro.